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quarta-feira, 30 de junho de 2010

AS FACES DO TEATRO

Dentro de uma reflexão sobre a arte de fazer teatro esmiuçando seu papel para o ator, a turma do curso de Ator Cênico do Colégio Eleodoro dialogou com os atores da COMMEDIA DELL'ARTE de Curitiba, no qual expuseram suas experiências entre muitas objeções e conquistas. O bate papo iniciou-se com o depoimento de cada aluno , no qual descreveu o porquê de fazer teatro e, o significado de ser ator. Partindo da sensibilidade de cada um, os atores da Comédia construíram e desconstruíram literalmente falando a função de ser ator. Para o diretor da trupe o papel do teatro é comunicar embasado na reciprocidade. A veracidade do ator foi debatida no ensejo, pois transmitir a verdade é o intuito de cada ator, concepção tida por alguns. Contrapondo a ideia de verdade, a trupe mencionou que é algo complexo de verbalizar, pois tudo é verdade, assim como a ficção. Então transmitir verdade dentro de uma verdade, já é uma verdade. A construção do ator também foi pauta do encontro , sendo analisado suas faces, de um lado o glamour estereotipado fundamentado no ego pessoal e, no outro as dificuldades embasado no preconceito e suas objeções de subsistência. Assim como qualquer outra profissão, a de ser ator também exige ética e profissionalismo e, este enfatizado profissionalismo é a busca de capacitação dentro da formação. Esta especialização é o que cada aluno ator da turma busca, dispondo-se do seu melhor. Por meio do feedback os discentes vivenciaram uma troca de conhecimento cultural, pois os mesmos puderam assimilar o teórico diante da bagagem da trupe. Para Elizangela aluna do curso encontros como este “é uma injeção de ânimo... É como uma abelha quando esta em busca de mel e, sente um pouco do cheiro do que ela mais deseja”. Afirma. Sonhos foram estimulados com a experiência. O desejo de ser ator tornou-se fortificado na vontade de cada um, entre alguns com a emoção já vivida em palco e, para outros o anseio de pisar em um. O encontro findou-se com algumas práticas realizadas pelo grupo, em total clima de descontração.
COLABORADOR DO INSERT: Sidnei de Oliveira

sábado, 26 de junho de 2010

"O MAL ENTENDIDO"


Olá meus caros blogueiros, aqui estou como de praxe para dissertar a respeito da peça “O Mal Entendido” apresentado pelo projeto do Palco Giratório do SESC Cascavel - PR. Acompanhe o artigo e de seus pitacos.


Conhecida como uma das mais importantes peças de Camus, "O Mal Entendido" foi escrita durante a Segunda Guerra Mundial e encontra-se no eco da atualidade em temas como a busca pelo pertencimento, a não-violência e a comunicação difícil entre pessoas aparentemente próximas. O espetáculo encenado pela carioca Cia Galharufa é do gênero dramático, o qual é confeccionado pelo estilo tradicional de palco italiano. O texto do projeto é explanado transpondo pontos e virgulas, sendo assim o conjunto da obra apresenta-se de forma densa. A peça é extremamente previsível, pois o mistério em que envolve os personagens denuncia o desfecho. Nas interpretações não houve reciprocidade, criando-se no ensejo um distanciamento, porém isso foi justificado pelos atores que criaram a montagem partindo de um grupo de elenco. O cenário e a iluminação demonstra o costume de praxe que as companhias do Rio de janeiro possui de reproduzir os efeitos televisivos. Embasado neste contexto deparei-me com uma estrutura de antemão adaptada para o ambiente, o qual dispersou a magia construída pelo enredo. Na atuação dos personagens destaco o trabalho da atriz, da qual interpretou com maestria a mãe, pois foi a única que segurou o espetáculo esbanjando naturalidade, os demais dentro de sua criação construíram caricaturas. O figurino simples de cores escuras sintetizava o suspense da obra, achei o mesmo funcional. A falta de sintonia da trupe foi transparente, assim como o tecido utilizado no elemento cênico, pois a convivência é de fundamental importância ao trabalho de veracidade do ator, compondo no ato uma cumplicidade orgânica. Foi o que na minha concepção faltou, pois o canal transmissor afastou o receptor da mensagem. As trocas de cenário foram desnecessárias, pois essa desconstrução foi uma cena a parte, com se no ato fosse o intervalo da exibição cinematográfica, desfazendo no momento a emoção ficcional.


COLABORADOR DO INSERT: Sidnei de Oliveira.