BLOGADOS

domingo, 26 de dezembro de 2010

CONCEPÇÃO DE CULTURA CASCAVELENSE

   Blogueiros o INSERT como o intuito de inserir e propagar a cultura em nossa cidade, dispôs  do canal para que nossos leitores pudessem dissertar suas concepções em relação ao que vem sido apresentado e, no ensejo expuseram ideias de uma  inclusão e formação de consumidores. Pois usufruir da arte é essencial para o desenvolvimento de uma sociedade. A entrevista transpôs a falta de incentivo por parte dos órgãos responsáveis pela disseminação cultural. Ao questionar os leitores sobre a qualidade das produções artísticas locais, os mesmos elogiaram os projetos, mas lamentaram as objeções enfrentadas pela classe. A formação de plateia foi debatida, ficando evidente a dúvida e a desvalorização do que realmente é arte. Segue a entrevista com os colaboradores.

Blog INSERT - Como os projetos culturais de Cascavel é apresentado na sua opinião?

Camila - "Bem a cultura de Cascavel é razoável há muito pouco investimento em coisas que realmente vale a pena, a política cada vez domina o povo com promessas falsas podemos dizer assim.Também acho que  um pouco da culpa não vem somente do poder político e sim dos próprios artistas que fazem cultura aqui em nossa cidade ou se dizem fazer".


Blog INSERT - Questionada sobre formação de plateia a mesma verbalizou.

Camila - "São poucas as pessoas que vão em todos os eventos de cultura que a cidade oferece, pois até mesmo os próprios artistas não prestigiam o trabalho do outro ficando apenas no seus próprios grupos. Os artistas precisam valorizar todas as artes para sim elevar o nível cultural da cidade". Camila Honorato Ribeiro é musicista da Orquestra sinfônica de Cascavel e aluna do curso Técnico de Ator Cênico.


O próximo depoimento é do Paulo Wichnoski, o qual é acadêmico do Curso de Matemática da Unioeste. Segue a entrevista.

Blog INSERT - A sociedade cascavelense consome cultura?

Paulo - "Penso que em geral não consomem, uma vez que ditada a regra  todos vão atrás... Pelo menos no meio em que vivo não encontro muitas pessoas que  apreciam o  teatro, a  música a arte no geral, pois os mesmos dão mais ênfase para nova música que está  tocando nas baladas, do que para um novo livro que foi lançado".


Blog INSERT - Qual seria a ação realizada para que a cultura fosse aceita e apreciada?


Paulo - "Inserir a cultura na nova geração, desde a pré-escola até ao ensino médio, formando assim apreciadores de arte".


Expondo as formas de divulgação cultural o Eduardo Pullido acadêmico do Curso de Biomedicina na UNIPAR, descreveu.


Eduardo - "Os projetos culturais merecem um incentivo maior por parte da administração, para que assim seja feita uma propagação, atingindo no propósito um público alvo, o qual  desenvolverá  desta maneira consumidores de arte". 



Blog INSERT -  Qual seria o veículo de abordagem na propagação da arte?


Eduardo - "A ferramenta ideal é a mídia no geral, assim como as redes sociais que atingem a informação com uma velocidade incrível, sendo assim a  divulgação irá projetar o nome dos artistas valorizando a sua arte".



Com o objetivo de mostrar todas as artes o blog entrevistou a Drag Queen Duda Little, interpretado pelo ator performático Marcelo santos, natural de Cascavel, o qual atualmente reside no Rio de Janeiro e pelo MSN o mesmo nos concedeu a sua visão de arte.


Marcelo santos -  "Cascavel que é uma metrópole do oeste do Paraná com mais de 400 mil habitantes tornou-se uma cidade modelo, com grandes artistas com estilistas , comunicadores, poetas, atores e artistas plásticos , e pessoas que trabalham na noite GlS, os quais ainda não tem o reconhecimento artístico. Um dos motivos é a própria população que  não sabem , e também não se interessam em querer saber o que  é arte, julgando o trabalho vulgar e promíscuo. Não podemos culpar o órgão da cultura do município, mas deixo no ensejo exemplos de outras cidades que valorizam seus artistas".  

Por Sidnei de Oliveira





quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

TÉDIO GLOBAL

Os seriados especiais exibidos pela rede globo neste fim de ano superou a todos os recordes da falta de criatividade, um festival de idiotice e burrice a ponto de subestimar o telespectador. Uma junção do cotidiano escrachado na ficção resultando numa ação facke. E não bastando as supostas novidades, presenciamos as mesmices, assim como, a avozinha dos baixinhos no seu lindo mundo da imaginação e o arcaico  jovem guarda homenageado as baixinhas, as gordinhas, as ladies Lauras e as Nossas Senhoras. Aff! Estava esquecendo das aventuras do trapalhão e os gritos do gordo e o magro. Enfim, eita televisão brasileira, que terá sua virada em um  show gravado com direito a brindes e fogos de artifícios, mas a minha perplexidade ainda é maior ao saber da contagem regressiva para a volta da caixa de skinner, confesso que alegro-me em ter a manipulação dos fantoches em mãos, tendo o livre arbítrio de deixá-los oras de pé com direito a jatos de água, outrora presos em gaiolas suspensas, testando a propósito o limite de todos. Perdoe-me meu lado perverso e anticultural, porém este balaio de gato é os personagens fictícios da vida real. A falta de senso que transpõe o que julgam verdadeiro na tela. Transcrever essas   situações especiais preparadas para um fim de ano, acaba sendo uma anedota, pois todos estes trabalhos são feitos por profissionais da comunicação que ao meu ver deveriam rever seus conceitos sobre entretenimento de bom gosto.
Por Sidnei de Oliveira

sábado, 18 de dezembro de 2010

CULTURA CASCAVELENSE DE 2010

Olá caros blogueiros é tempo de fazermos um balanço do que foi a cultura de Cascavel no ano de 2010, destaco no ensejo o lado positivo do assunto, antes estarmos bem para depois a decepção ser encarada com fortaleça, dentro desta concepção a cultura personificou-se em um curso técnico projetado pelo núcleo de educação, o qual surgiu com o intuito de profissionalizar os apaixonados pela arte do teatro embasados na teoria e prática da ação. Atitude plausível , mas contrapondo o positivismos deparamos com espaços culturais sendo degradados constantemente acoplados a falsas promessas, que a anos vem sido verbalizadas sem atos concretos. Somos condicionados leitores a visualizar o Teatro municipal ser construído a passos de tartaruga, sendo posto um tijolo por dia dentre várias interrupções . Os festivais protagonizados pela secretaria da cultura de muito deixou a desejar, nada se comparando aos que tive o privilegio de presenciar. O impressionante é a manipulação dos atores a serem massa de manobra na divulgação de bem feitorias da administração. Mesmo tendo todas estas objeções façamos uma retrospectiva dos que ousaram acreditando na inserção cultural, destaco a propósito a Cia de teatro do Wanderley dos Anjos que trouxe aos palcos a magia e os sonhos do Pequeno Príncipe emocionando centenas de pessoas com a sensibilidade transmitida, trabalho excepcional da direção, texto e interpretação. Ultrapassando o sofrimento e amenizado a dor enfatizo os Risologistas que por meio da arte arrancaram sorrisos em rostos que lutam pela vida no leito de hospitais, ato valioso, o qual os atores dispuseram de sua solidariedade ao desenvolver a ação social. Descrevo também o excelente trabalho do SESC Cascavel, que por meio do palco giratório protagonizou momentos inesquecíveis, trazendo peças profissionais e concertos musicais, assim como sarau literários e exposições, sempre anexado a oficinas de capacitação. O Blog INSERT parabeniza a esses artistas que derrubaram obstáculos e nos proporcionaram espetáculos incríveis , combatendo a falha do mandato que prioriza futilidades abominando a cultura. Desejo a todos muita inspiração para o próximo ano, pois a arte cascavelense depende de vocês e, sem vocês o que será da arte? Ou o que será de nós?



Por Sidnei de Oliveira




sábado, 11 de dezembro de 2010

O QUE ESPERAR DO PRÓXIMO ANO?

Com um turbilhão de acontecimentos ocorridos no ano que encerra-se, resta-nos fortalecer os votos de esperança e prosperidade, para que o futuro seja repleto de realizações do que semeamos. Agora paira a dúvida. Será que teremos bons tempos de colheita? Tivemos um ano intenso de trabalho, dentre várias objeções, sofremos com desastres climáticos, injustiças, torcemos unidos por um titulo, fomos as urnas na busca de progresso e presenciamos o tráfico ser desmantelado dentro de um campo de guerra. Fazer uma retrospectiva torna-se doloroso, pois a frustração personifica o ato falho, mas como de praxe simplificamos as coisas com apenas um delete, ou melhor dizendo um esquecimento proposital, porque afinal somos condicionados a isso. Então enfatizamos nossas perspectivas no que virá, desejo no ensejo força aos incrédulos e compreensão aos submissos do sistema, para sobressair-se no acaso tempestuoso. Parafraseando o dito popular “a esperança é a última que morre”, tendo essa concepção a vida segue seu percurso do imprevisível. Antes não saber do futuro do que vive-lo em conspiração. Pegamo-nos todos aos rituais de bons fluidos, assim como todo ano a veste branca, as sete ondas e os grãos de uva, amuleto falso que insistimos em rotulá-lo como salvação, e que assim seja, que venha o tempo, o qual teremos que colher o resultado tanto positivo quanto negativo.
Por Sidnei de Oliveira

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

AMOR: A SAGA


Hoje quando ouvimos ou lemos a palavra CREPÚSCULO, automaticamente já nos voltamos a tão famosa saga que deu origem ao filme apaixonante de EDWARD e BELLA. Nomes instigantes, não é mesmo? Primeiro vem o crepúsculo, depois lua nova, em seguida eclipse, logo após o amanhecer e ainda esperamos ansiosamente o sol da meia noite. Com tudo, gostaria de levar a vocês caros leitores a olhar essa linda história de um lado mais realista, deixando de lado os vampiros e os lobisomens da saga, reflita apenas no que há por trás dessa fantasia toda. Se pararmos e analisarmos vamos entender a riqueza que contém os livros da trilogia, a pureza, o amor verdadeiro, a dúvida de quem somos e, de quem deveriamos ser. Analisando por este prisma podemos voltar a nossa realidade, muitos são apaixonados ao ponto da pessoa a passar ser sua vida, você quer proteger a todo instante, estar por perto e faria como Romeu se perdesse a sua tão amada Julieta. Outros se dividem em dois amores, estão com uma pessoa e ao mesmo tempo tem algum sentimento forte por outra, eu mesma já passei por isso, não se trata de trair alguém, até porque não o fiz, se trata de escolhas, e se você escolher errado terá que arcar com todas as consequências. Já pensou como é trocar alguém e depois na hora do amor pensar na outra? E mais, deixar a pessoa em sua casa e dirigir chorando querendo voltar para sua ex? Ai o que você faz? Muitas Vezes se acostuma, aprende a gostar da pessoa, passa a ser companheiro, amigo e quando talvez já se apaixona, é trocado como você antes o fez... E ai? amigo ai seu mundo cai, sua cabeça gira e você aprende que a solidão bate a sua porta. Aprende que se você tivesse insistido um pouco mais com aquele sua ex que era linda, que apenas estava com dificuldades entre dois amores como você e não tivesse a deixado ir embora e muito menos ir a procura da outra, você poderia ter sido feliz. Hoje como você fica? Vê sua ex sendo amada por outra pessoa e não pode falar nada, nem dizer amor você era tudo o que eu queria, ainda sinto a sua falta e os planos que tínhamos ainda são os mesmos, nem pode cobrar o sim que ela tinha prometido quando você a pediu em casamento ouvindo música no seu carro, aliás aquela música que vocês adoravam e que mesmo depois de terem terminado um dia ela olhou para você e disse: Ta tocando aquela música que você pediu para casar comigo “case-se comigo na igreja e no papel...”, mesmo que você nunca iria casar-se no papel essa foi a música que escolheu. Por outro lado você ve aquela pessoa que você investiu falando mal de você aos ventos, dizendo que apenas curtiu e que nem tem remorso por nunca ter lhe dito que te ama...Agora você se pergunta o que tem a ver uma história que acabou mal com a de Bella e Edward? A fantasia que a vida real não tem. Imagino que com toda a doçura que o enredo foi escrito, a verdadeira história que a por traz dele tenha sido de um grande amor, pois só quem sente é capaz de expressar desta maneira. Nem todos tem a sorte daquele vampirinho de ter sua amada, muitos de nós são como o Jacob, tem de olhar seu amor com outra pessoa, mas a nossa escritora da um desfecho lindo há ele no final, ele se apaixona de verdade por outra pessoa e a Bella que ele tanto amou, passa apenas a ser a Bella a sua amiga... Desejo que a Bella da sua vida esteja contigo, mas se não estiver lembre-se do que disse nosso amigo Edward: “Se ela escolher você eu a deixo ir e não lhe mataria, eu não faria ela sofrer tanto assim!!!”

Colaboradora do INSERT: Márcia Comparin

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

FUTILIDADE DOMINGUEIRA



A overdose de futilidades exibida no fim de semana televisivo, entre tantas asneiras deixou-me a mão calejada em plena segunda-feira, devido a manipulação do controle por meio de milhares de cliques inúteis. O duelo das emissoras defrontaram loiras, ex-gordo contra magro, dono do Baú e, eis que me encontro no meio da guerrilha. Ironicamente falando o que é lindo de visualizar é a prestação de serviço que os mesmos podem proporcionar, só com uma simples cartinha enviada com sorte. No ato posso ganhar uma transformação para a minha autoestima, assim como uma casa toda reformada e não bastando consigo um relacionamento no escuro e de quebra uma viagem de volta para a minha terra. Quantas vantagens em fixar minha atenção aos domingos em frente a TV. Averiguando a criatividade percebo a mudança do verbete, sendo conhecido na contemporaneidade como plágio descarado do que já foi feito. O incrível é ver os índices de audiência serem alimentados na vulgarização do corpo, mulheres esculturais sendo expostas a venda numa vitrine decadente, além de relacionamentos conjugais sendo escancarados sem pudor ao teste de fidelidade. O que supostamente seria um programa jornalístico de credibilidade, na tela apresenta-se no formato de uma revista de fofocas e, quando retoma o percurso torna-se sensacionalista com a desgraça alheia. Os programas de comédia propostamente dito, de cômico não há nada, somente o clichê de praxe, no ensejo me questiono se o objetivo é arrancar risos, estimulando a perplexidade. Enfim, um festival de anedotas que subestima a inteligência do telespectador. Analisando os ingredientes dessa arte cômica de nada aguça a curiosidade, causando apenas uma imagem intragável, contendo na baixaria doses exageradas de apelo sexual e homofóbico. Até parece que todo gay resumi-se na imbecilidade caracterizada pelos engraçadinhos, com tantos gritos e personagens idiotas, tenho saudade do cinema mudo. Salvo dos privilegiados que possui uma TV por assinatura, o qual ressalvo algumas emissoras que pensam em agregar cultura de qualidade para seus clientes. Contrapondo a inserção cultural o canal aberto esporadicamente tenta agregar uma cultura elevada, mas acaba não sendo compreendido e, esta falta de entendimento e aceitação faz das emissoras apostarem na mesmice de sempre, antes uma audiência em massa, do que um público seleto apreciando arte e, como tudo gira em torno da busca de liderança, a baixaria abomina a cultura dominando o topo. Esta desaprovação é a prova do condicionamento que as emissoras nos coloca todos os domingos. Como mudar costumes fúteis que a anos expõem bundas falantes? O império das bundas progredi por etapas na TV brasileira saindo do “Roda, roda e avisa” do “Conga La Conga”, mergulhando na piscina de sabonete, passando pela depilação, remexendo o ventre com passos coreografados , segurando o tcham, desafiando a gravidade da maisena, duelando entre loiras e morenas, confinando-se em reality, no sabor de diversas frutas e, assim mantêm-se na preferência de todos. Nossa! Quanto entretenimento agregado de valores. AFF! E dessa forma a televisão domingueira é recheada de espetáculos. Resta saber o que virá de novo. Ah já sei ! Nada.


Por Sidnei de Oliveira

terça-feira, 27 de julho de 2010

MATRIMÔNIO IGUALITÁRIO

Até quando uma sociedade alimentará o preconceito, que humilha, destrói e propaga ódio? Que direito possui um mero mortal em direcionar e orientar a vida de um ser humano, limitando-o ao que o mesmo acha coerente perante a Deus? A concepção equivocada do certo e o errado dentro da simbologia do pecado personifica seres segregados que sobrevivem a margem da discriminação. O poder de excomungar os colocam acima de todos. O que faz o dito pecado ser presente no ato do amor? A ignorância, a hipocrisia faz o sofrimento do outro. Ignorar e abominar a diferença são reflexos de uma sociedade deficiente. Com tantas interrogações o pecado torna-se incerto. O respeito, a cumplicidade, a união de pessoas do mesmo sexo é tido como pecado diante de olhos alienados, que são fundamentados no correto que não existe. Qual é o erro em simplesmente amar, mesmo sendo a diversidade? O amor não é um sentimento limitado entre classe, cor ou credo, mas sim a força que estimula os apaixonados a transpor a pureza do lirismo. E seria este proibido ao mesmo sexo? A tudo renunciou o ilustríssimo Oscar Wilde, por um amor e, a ele pesou a condenação de uma sociedade preconceituosa que o desumanizou, no momento que o mesmo deixou de interpretar o personagem admirado por todos. A descaracterização do homem nobre provocou a fúria. Suas obras foram censuradas e rotuladas como promiscuas. A solidão das grades foi a companhia do escritor, que por através delas transmitia o sofrimento de ser amor. Paradoxal ao ato muitos mantém um amor escondido, por não suportarem o preço de uma humilhação, pois o preconceito é uma educação hereditária e, infelizmente a única maneira de ludibriar a proeza é aprender a conviver com ela. Mesmo com está objeção a conquistas admiráveis que procedem pela lentidão burocrática da justiça. Se a justiça é de todos, façamos ser para todos. Parabenizo no ensejo o ato da Argentina que converteu-se no primeiro país da Ámérica Latina a conceder todos os direitos legais aos homossexuais, como a possibilidade de herdar bens e adotar crianças conjuntamente, por meio da "Lei de Matrimônio Igualitário", pela qual o código civil do país foi reformado. Projeto plausível o qual deveria ser seguido por outros países. Tendo o blog o respeito com os seus seguidores disponibilizou no ensejo o espaço para a acadêmica do 3° ano de Direito da Faculdade Assis Gurgacz (FAG) Márcia Comparin, a qual dissertou a polêmica que fomenta diversas reflexões no âmbito jurídico. "Bom galera utilizo do veículo para falar um pouquinho sobre o tema central do meu TCC, que irei abranger um assunto polêmico, mas de grande importância nos dias atuais: "A UNIÃO HOMOAFETIVA". Com esse projeto quero defender os direitos que os homossexuais tem de se unir como uma casal HETERO considerados normais, no caso a chamada parceria civil registrada.Com a evolução dos costumes e a mudança dos valores, dos conceitos de moral e de pudor, o tema referente à orientação sexual deixou de ser “assunto proibido” e hoje é enfrentado abertamente, sendo retratado no cinema, nas novelas e na mídia. A visão polarizada sempre é extremamente limitante, sendo farto o anedotário sobre gays. A homossexualidade é um fato que se impõe e não pode ser negado, estando a merecer a tutela jurídica, ser enlaçado como entidade familiar, o que não vai transformar a família nem estimular sua prática, pois, conforme diz o Deputado Fernando Gabeira, “ninguém vira homossexual lendo o Diário Oficial". "
Por Sidnei de Oliveira
Colaboradora do Insert: Márcia Comparin

sábado, 3 de julho de 2010

SONORA BRASIL

O SESC Cascavel por meio do projeto etinerante do Palco Giratório proprorcionou um execelente espetáculo sonoro com O QUARTETO DE BRASILIA, grupo reconhecido a 25 anos de âmbito internacionalmente, como um dos mais importantes da contemporâneadade . O grupo musical apresentou a vida e obras dos compositores Claúdio Santoro (Manaus 1919 – Brasilia 1989) e César Guerra Peixe (Petropolis 1914 – Rio de Janeiro 1993). A musicalidade permeou o ambiente do Teatro Marista, diante de uma perfeita harmonia a plateia foi transportada em sintonia para a atmosfera dodecafônica. As sonatas foram apresentadas em duetos e quartetos, tendo a sensibilidade explorada em cada peça, estagnando na ocasião a audição de todos. O quarteto com sua didática explanou no concerto a nacionalidade presente nas obras dos compositores. A título de curiosidade caros blogueiros deixo o verbete da linguagem dodecafônica.Como o esgotamento do sistema tonal no início do século XX os compositores buscaram maneiras alternativas de organização das notas musicais, posteriormente denominadas atonalismo, que não fossem baseadas na polarização de um eixo harmônico central como ocorre no tonalismo. Surgindo no ensejo o Dodecafônico que é uma técnica de composição criada por Schoenberg em meados de 1930. Esta técnica utiliza-se dos doze sons e foge do sistema tonal tradicional, bem como da harmonia tradicional.A composição dodecafônica tem como base a série escolhida livremente. O compositor usa os 12 semitons da escala cromática, o qual são tratadas como equivalentes, ou seja, sujeitas a uma relação ordenada e não hierárquica. As notas são organizadas em grupos de doze notas denominados séries as quais podem ser usadas de quatro diferentes maneiras; 1) série original, 2) série retrógrada (a série original tocada de trás para frente), 3) série invertida (a série original com os intervalos invertidos) e 4) retrógrado da inversão (a série invertida tocada de trás para frente). Todo o material de alturas utilizado em uma composição dodecafônica, seja melódico (estruturas horizontais) quanto harmônico (estruturas verticais), deve ser originado com base na série. Para a discente do Curso Têcnico de Ator Cênico Rosângela Vaz , o concerto foi surpreendente " Foi fascinante por ter sido o primeiro contato com música clássica, da qual não era costumada a ouvir, adorei a experiência". Afirma emocionada. Rendendo-se ao ato, parabenizo ao SESC pelo maravilhoso trabalho, o qual vem desevolvendo na cidade de Cascavel, visando o beneficio sôciocultural.

COLABORADOR DO INSERT: Sidnei de Oliveira


quarta-feira, 30 de junho de 2010

AS FACES DO TEATRO

Dentro de uma reflexão sobre a arte de fazer teatro esmiuçando seu papel para o ator, a turma do curso de Ator Cênico do Colégio Eleodoro dialogou com os atores da COMMEDIA DELL'ARTE de Curitiba, no qual expuseram suas experiências entre muitas objeções e conquistas. O bate papo iniciou-se com o depoimento de cada aluno , no qual descreveu o porquê de fazer teatro e, o significado de ser ator. Partindo da sensibilidade de cada um, os atores da Comédia construíram e desconstruíram literalmente falando a função de ser ator. Para o diretor da trupe o papel do teatro é comunicar embasado na reciprocidade. A veracidade do ator foi debatida no ensejo, pois transmitir a verdade é o intuito de cada ator, concepção tida por alguns. Contrapondo a ideia de verdade, a trupe mencionou que é algo complexo de verbalizar, pois tudo é verdade, assim como a ficção. Então transmitir verdade dentro de uma verdade, já é uma verdade. A construção do ator também foi pauta do encontro , sendo analisado suas faces, de um lado o glamour estereotipado fundamentado no ego pessoal e, no outro as dificuldades embasado no preconceito e suas objeções de subsistência. Assim como qualquer outra profissão, a de ser ator também exige ética e profissionalismo e, este enfatizado profissionalismo é a busca de capacitação dentro da formação. Esta especialização é o que cada aluno ator da turma busca, dispondo-se do seu melhor. Por meio do feedback os discentes vivenciaram uma troca de conhecimento cultural, pois os mesmos puderam assimilar o teórico diante da bagagem da trupe. Para Elizangela aluna do curso encontros como este “é uma injeção de ânimo... É como uma abelha quando esta em busca de mel e, sente um pouco do cheiro do que ela mais deseja”. Afirma. Sonhos foram estimulados com a experiência. O desejo de ser ator tornou-se fortificado na vontade de cada um, entre alguns com a emoção já vivida em palco e, para outros o anseio de pisar em um. O encontro findou-se com algumas práticas realizadas pelo grupo, em total clima de descontração.
COLABORADOR DO INSERT: Sidnei de Oliveira

sábado, 26 de junho de 2010

"O MAL ENTENDIDO"


Olá meus caros blogueiros, aqui estou como de praxe para dissertar a respeito da peça “O Mal Entendido” apresentado pelo projeto do Palco Giratório do SESC Cascavel - PR. Acompanhe o artigo e de seus pitacos.


Conhecida como uma das mais importantes peças de Camus, "O Mal Entendido" foi escrita durante a Segunda Guerra Mundial e encontra-se no eco da atualidade em temas como a busca pelo pertencimento, a não-violência e a comunicação difícil entre pessoas aparentemente próximas. O espetáculo encenado pela carioca Cia Galharufa é do gênero dramático, o qual é confeccionado pelo estilo tradicional de palco italiano. O texto do projeto é explanado transpondo pontos e virgulas, sendo assim o conjunto da obra apresenta-se de forma densa. A peça é extremamente previsível, pois o mistério em que envolve os personagens denuncia o desfecho. Nas interpretações não houve reciprocidade, criando-se no ensejo um distanciamento, porém isso foi justificado pelos atores que criaram a montagem partindo de um grupo de elenco. O cenário e a iluminação demonstra o costume de praxe que as companhias do Rio de janeiro possui de reproduzir os efeitos televisivos. Embasado neste contexto deparei-me com uma estrutura de antemão adaptada para o ambiente, o qual dispersou a magia construída pelo enredo. Na atuação dos personagens destaco o trabalho da atriz, da qual interpretou com maestria a mãe, pois foi a única que segurou o espetáculo esbanjando naturalidade, os demais dentro de sua criação construíram caricaturas. O figurino simples de cores escuras sintetizava o suspense da obra, achei o mesmo funcional. A falta de sintonia da trupe foi transparente, assim como o tecido utilizado no elemento cênico, pois a convivência é de fundamental importância ao trabalho de veracidade do ator, compondo no ato uma cumplicidade orgânica. Foi o que na minha concepção faltou, pois o canal transmissor afastou o receptor da mensagem. As trocas de cenário foram desnecessárias, pois essa desconstrução foi uma cena a parte, com se no ato fosse o intervalo da exibição cinematográfica, desfazendo no momento a emoção ficcional.


COLABORADOR DO INSERT: Sidnei de Oliveira.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

DOGVILLE

Diante de muita simplicidade de cenários e cortes de cenas não convencionais , transportamos-nos para um galpão localizado na Suécia, no fim de uma estrada que vai até as Montanhas Rochosas, na época da grande depressão estadunidense, com o mínimo de artefatos, tendo apenas poucas mesas e algumas paredes, indicando a função do vazio na ausência , temos a nítida percepção de que todos sabem o que se passa, mas fingem não ver. Condicionamos no ensejo a marcações no chão indicando que ali é a casa de tal pessoa, ou há um arbusto, situamo-nos então na cidade de Dogville, onde os moradores não são capazes de aceitar novas situações, quando são interrompido por fatos misteriosos. A comunicação entre eles parecem ser impossível, nos quais as falas passam longe de significar o que realmente querem dizer. Quando questionados são evasivos, mudam de assunto ou simplesmente respondem outra coisa. O retrato dos moradores é pintado em última instância, por pessoas cruéis, mesquinhas, egoístas e arrogantes. Os habitantes da vila são "cães" que se comportam de forma instintiva, guiados pelas suas necessidades físicas e seus próprios interesses. Eis que surgi neste proscênio , Grace uma bela jovem com um vestido que denota sua origem de família rica, a mesma verbaliza que está fugindo de um gângster. Desse ponto em diante a constante dívida com a comunidade só cresce, tornando ela uma escrava não só de trabalho físico como sexual. Grace jamais foi cativa ou submissa, nunca sentiu real misericórdia e sim, desprezo. A todo momento temos a impressão de que, se ela realmente quisesse, poderia simplesmente ir embora, portanto os verdadeiros prisioneiros da são os moradores. O final catártico faz com que Dogville apresente uma estrutura narrativa herdeira das tragédias gregas. Olá nação Insertiana, depois desta viagem pela magia do cinema, utilizo do espaço para sugerir uma indicação de filme para os apaixonados pela sétima arte, “DOGVILLE” lançado em 2003 e dirigido por Lars von Trier, no qual é estrelando por Nicole Kidman e Paul Bettany entre outros. Este filme faz parte da trilogia "E.U.A. Terra de Oportunidades" tendo como sequência Manderlay (2005) e Wasington. O filme ainda tem um narrador onisciente e é o próprio Lars von Trier quem controla a câmera.Tudo isso são artimanhas do diretor para que o público não se esqueça de que assistem a uma peça de ficção, valorizando o trabalho dos atores. Vale apena assistir.


COLABORADOR DO INSERT: Sidnei de Oliveira.

terça-feira, 4 de maio de 2010

GUARDIÕES DO SABER



Olá galera Insertiana percorro as entrelinhas, para descrever a viagem prazerosa, da qual me submeti. No ensejo pude viajar no tempo de forma digressiva e cronológica. As sensações foram aguçadas no trajeto e, a magia se personificou nas imagens transfiguradas de vários personagens. As histórias foram revividas tendo-me como espectador, embora o tempo em que me dispus tenha sido pouco, dentro da concepção real, mas foi o prazo suficiente para querer tornar-se um Avatar e, ficar eternamente naquele ambiente cultural. A cada passo dado o conhecimento era exposto, do qual absorvia dentro da minha sagacidade, assim gradativamente um mundo era explanado misteriosamente, onde muitos são conhecedor de sua existência, mas poucos possui a sensibilidade de se transpor para além do imaginário, confesso caros blogueiros que senti-me como explorador, apto para prosseguir a expedição. Assim sendo, dentro deste resgate cultural estive em um Sebo, desconheço a época em que essa palavra passou a ser adotada em nosso país, mas certamente deriva da ideia de que um livro usado é ensebado pelo próprio manuseio constante. No entanto no Sebo Arca , localizado na Rua Castro Alves no Centro de Cascavel-Pr, fui atendido atenciosamente pela responsável pela viagem cultural Eliane de Oliveira, que conduziu-me por esse momento prazenteiro, a mesma tem este espaço a 4 anos na cidade, no qual atende o público de várias faixa etária. “É uma satisfação grande poder trabalhar com a propagação da história, dentro deste resgate cultural.” Afirma Eliane, que também expôs a acessibilidade financeira para adquirir este acervo de qualidade, pois tanto os livros com os LPS e CDS, são materias minuciosamente restaurados, além de dispor do mesmo em estado novo. O verdadeiro papel de uma livraria de livros usados é preservar a memória, sendo guardiões de tesouros do saber, que fazem circular obras às vezes editadas apenas uma vez e, se não fossem esses caminhos mágicos do percurso do livro, seriam transformados em tiras para reciclagem. Um sebo não é depósito de papel velho e muito menos um mero comércio, um sebo é um repositário de cultura. Para os alfarrabistas aventureiros, vale a pena embarcar nesta viagem.

Confiram o vídeo produzido pelo blog. Sebo Arca. Email:seboarca@hotmail.com

COLABORADOR DO INSERT: Sidnei de Oliveira


sábado, 1 de maio de 2010

"PREPARAR O FUTURO SIGNIFICA FUNDAMENTAR O PRESENTE" Antoine de Saint-Exupery


Olá nação Insertiana, me transcrevo no ensejo para antecipá-los das emoções que vêm por ai. Muitas novidades no que diz respeito a produções teatrais em nossa cidade. Pois o prometido vem por meio dos Anjos, que são os mensageiros de alma brilhante como estrelas aos olhos de Deus e, sendo este o canal transmissível resta-nos aguardar com profunda ansiedade os ensinamentos de transformações valorozas , pois inúmeras vezes nos equivocamos na avaliação das coisas e das pessoas, das quais nos rodeiam e como esses julgamentos nos colocamos à solidão. A entrega das preocupações diárias fazem com que nos tornamos adultos de forma definitiva, esquecendo assim, a criança que fomos. A emoção prometida nos levará a diversas interpretações, que será praticamente impossível enumerar a todas, isso acontecerá porque cada um interpretará conforme o seu íntimo, no qual, "Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos". Se ora iremos sorrir em alguma passagem da obra, ora ficaremos pensativos em outras. Algumas carapuças servirão, outras não. Talvez amanhã as primeiras já não caibam, e as últimas sim. Embarcando nesta viagem, aprenderemos o significado de amar alguém, descobrindo desta forma que a rosa é importante , mesmo que às vezes ela seja difícil de ser cultivada. As pessoas serão expostas em metáforas de solidão e isolamento entre os adultos, de maneira que se olhar para si mesmos perceberam que as poucas pessoas, das quais encontram são incapazes de genuinamente se comunicar. Mas tenho a certeza de que a plateia sairá com a experiência de que vale a pena amar, mesmo que isto algumas vezes traga infelicidade. Aguardem muitas emoções previstas e, que venha a legião.


COLABORADOR DO INSERT: Sidnei de Oliveira

sexta-feira, 30 de abril de 2010

A arte de imitar: A prerrogativa do próprio homem


O teatro é a arte de emitir sentimentos por meio de seres humanos, os quais são utlizados de canal de transmissão. Sentimentos este absorvido por uma platéia que anseia por emoção. O sorrir e o chorar encontra-se na interpretação fundida entre o real como o imaginário. Pondo o pensar em constante conflito de assimilação. O ator passa a não existir em alguns momentos, pois ele não responde por si, mas pelo seu personagem. O dificil é manter o controle por parte do interpréte, tendo de um lado o seu real sendo mixado com o ficticío. Pois para Konstantin Stanislavski (1863 – 1938), o personagem apresentado no palco, deve ser transfigurado pelo ator, ou seja, a personificação total no palco, de forma que o mesmo abra mão de sua própria personalidade e, de suas próprias angústias, sentimentos particulares, emprestando desta forma o seu corpo para o “espírito do personagem”, para que esse possa viver uma vida própria, dentro de um espaço físico relativo à sua subjetividade. Contrapondo o autor, Bertold Brecht (1898 – 1956), descreve que a necessidade maior daqueles que assistem um espetáculo, é absorver a mensagem emitida pelos artistas e não confundir a ficção com a realidade e, para o teórico, a lição contida em cada texto teatral é demasiadamente importante, de forma que, para compreender melhor essa lição, o público deve estar todo tempo consciente de que a história que se passa no palco é apenas um teatro-disfarce e não uma realidade. Para conseguir que o público absorva a mensagem do espetáculo, não se iludindo com a realidade do contexto, Brecht propôs o afastamento do público em relação ao que ocorre no palco. E o que levará entendimento em relação ao teatro, tanto para o ator, quanto para o espectador é o seu senso de crítica apurado, possiblitando assim, atitudes analíticas em relação ao contexto, os quais o manteram uma posição ideológica em relação aos personagens e aos acontecimentos, sem que seja influenciado pela afinidade emocional, que os levará à imparcialidade. Embasado desta atmosfera teatral o Blog INSERT, entrevistou dois alunos do Curso Técnico de ator Cênico de Cascavel, sendo eles o Jefferson Kaibers e a Camila que dentro de sua cultura expuseram no video anexo o seus conhecimentos sobre teatro. Acessem.


COLABORADOR DO INSERT: Sidnei de Oliveira.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

CARTA PARA ALÉM DO MURO

"Olha, estou escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem sempre que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa. Hoje eu achei que ia conseguir, que ia conseguir dizer, quero dizer, dizer tudo aquilo que escondo desde a primeira vez que vi você, não me lembro quando, não lembro onde. Hoje havia calma, entende? Eu acho que as coisas que ficam fora da gente, essas coisas como o tempo e o lugar, essas coisas influem muito no que a gente vai dizer, entende? Pois por fora, hoje, havia chuva e um pouco de frio: essa chuva e esse frio parece que empurram a gente mais para dentro da gente mesmo, então as pessoas ficam mais lentas, mais verdadeiras, mais bonitas. Hoje eu estava assim: mais lento, mais verdadeiro, mais bonito até. Hoje eu diria qualquer coisa se você telefonasse. Por dentro também eu estava preparado para dizer, um pouco porque eu não agüento mais ficar esperando toda hora você telefonar ou aparecer, e quando você telefona ou aparece com aquelas maças eu preciso me cuidar para não assustar você e quando você pergunta como estou, mordo devagar uma das maçãs que você me traz e cuido meus olhos para não me trairem e não te assustarem e não ficarem querendo entrar demais no de dentro dos teus olhos, então eu cuido devagar tudo que digo e todo movimento, porque eu quero que você venha outras vezes e eles dizem que se eu me mostrar como realmente sou você vai ficar apavorado e nunca mais vai aparecer nem telefonar — eu não agüento mais não me mostrar como sou. Hoje de manhã acordei bem cedo, e depois de conversar com eles consegui permissão para caminhar sozinho no jardim, eu disfarcei muito conversando com eles porque queria muito caminhar sozinho no jardim. Àquela hora ainda não estava chovendo, ou estava, não me lembro, ou havia chovido ontem à noite, não, acho que não estava chovendo não, porque eu lembro que as folhas estavam limpas e molhadas e a terra tinha um cheiro de terra molhada: eu comecei a lembrar, lembrar, lembrar e o meu pensamento parecia um parafuso sem fim, afundando na memória, eu não suportava mais lembrar de tudo o que se perdeu, tudo o que perdi, não fui e não fiz, mas não conseguia parar. Então comecei a gritar no meio do jardim molhado com as duas mãos segurando a cabeça para que não estourasse. Aí eles vieram e disseram que não tinha jeito e que estavam arrependidos de terem me deixado sair sozinho e que aquela era a última vez e que eu disfarçava muito bem mas não conseguiria mais enganá-los. Eu disse que não tinha culpa do meu pensamento disparar daquele jeito, mas acho que eles não acreditaram, eles não acreditam que eu não consigo controlar pensamento. Então me deram uma daquelas injeções e eu afundei num sono pesado e sem saída como este espaço dentro desses quatro muros brancos. Foi depois que acordei, não sei se hoje ou amanhã ou ontem, eu te escrevo dizendo hoje só para tornar as coisas mais fáceis, foi depois que acordei que perguntei se você não tinha vindo nem telefonado, e eles disseram que você não viera nem telefonara. É provável que estivessem mentindo, eles dizem que eu preciso aceitar mais a realidade das coisas, a dureza das coisas, e às vezes penso que tornam de propósito as coisas mais duras do que realmente são, só pra ver se eu reajo, se eu enfrento. Mas não reajo nem enfrento. A cada dia viver me esmaga com mais força. Não sei se eles escondem de mim a sua visita, se não me chamam quando você telefona, se dizem que já fui embora, que já estou curado, não sei se você não vem mesmo e não telefona mais, não sei nada de ninguém que viva atrás daqueles muros brancos, você era a única pessoa lá de fora que entrava aqui dentro de vez em quando. É verdade que eles todos moram lá fora, mas é diferente, eles vivem tanto aqui dentro que não consigo acreditar que sejam iguais aos lá de fora, como você. Você, sim, era completamente lá de fora. Digo era porque faz muito tempo que você não vem, sei do tempo que você não vem porque guardei no meio das minhas roupas um pedaço daquela maçã que você me trouxe da última vez, e aquele pedaço escureceu, ficou com cheiro ruim, encheu de bichos, até que eles me obrigaram a jogar fora. Acho que os pedaços da maçã só se enchem de bichos depois de muito tempo, não sei. Parei um pouco de escrever, roí as unhas, preciso roer as unhas porque eles não me deixam fumar, reli o começo da carta, mas não consegui entender direito o que eu pretendia dizer, sei que pretendia dizer alguma coisa muito especial a você, alguma coisa que faria você largar tudo e vir correndo me ver ou telefonar e, se fosse preciso, trazer a polícia aqui para obrigá-los a deixarem você me ver. Eu sei que você quer me ver. Eu sei que você fica os dias inteiros caminhando atrás daqueles muros brancos esperando eu aparecer. Eles não deixam, acho que você sabe que eles não deixam. Não vão deixar nem esta carta chegar às suas mãos, ou vão escrever outra dizendo que eu não gosto de você, que eu não preciso de você. Mas é mentira, você tem que sabtr que é mentira, acho que era isso que eu queria dizer preciso escrever depressa antes que eu me esqueça do que eu queria dizer era isso eu preciso muito muito de você eu quero muito muito você aqui de vez em quando nem que seja muito de vez em quando você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor você não precisa trazer nada só você mesmo você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro ou do outro lado.Parei um pouco de escrever para olhar pela janela e principalmente para ver se eu conseguia deter o parafuso entrando no pensamento. Acho que consegui. Porque quando começo assim não consigo mais parar, e não quero que eles me dêem aquela injeção, não quero ouvir eles dizendo que não tem remédio, que eu não tenho cura, que você não existe. Eu acho graça e penso em como você também acharia graça se soubesse como eles repetem que você não existe. Depois eu paro de achar graça e fico olhando a porta por onde não entra o telefone por onde você não fala e me lembro do pedaço apodrecido daquela maçã e então penso que talvez eles tenham razão, que talvez você não venha mais, e com dificuldade consigo até pensar que talvez você não exista mesmo. Mas não é possível, eu sei que não é possível: se estou escrevendo para você é porque você existe. Tenho certeza que você existe porque escrevo para você, mesmo que o telefone não toque nunca mais, mesmo que a porta não abra, mesmo que nunca mais você me traga maçãs e sem as suas maçãs eu me perca no tempo, mesmo que eu me perca. Vou terminar por aqui, só queria pedir uma coisa, acho que não é difícil, é só isso, uma coisa bem simples: quando você voltar outra vez veja se você me traz uma maçã bem verde, a mais verde que você encontrar, uma maçã que leve tanto tempo para apodrecer que quando você voltar outra vez ela ainda nem tenha amadurecido direito."
Caio Fernado abreu

A EMOÇÃO DE SER ATOR

Olá amigos do blog, hoje irei utilizar no veículo para relatar um fato inesquecível em que me ocorreu ontém a noite no curso de ator cênico, o qual venho fazendo e, de antemão peço licença para utilizar de trivialidades no que irei verbalizar, mas não poderia deixar de compartilhar o momento. Ontém no blog empostei um pitaco sobre a Cia. Luna Lunera de Minas Gerais e em especial a peça “Aqueles dois”. Sendo assim, fui pego de surpresa durante o curso, no qual o ator Odilon Esteves se dispôs de sua humildade para dividir conhecimentos e atos de sua carreira, indo até o colégio e proporcionando no ensejo um emocionante bate papo sobre a arte de atuar. O mesmo no decorrer de seu trabalho teve a oportunidade de fazer parte do elenco da minissérie global “Queridos Amigos” de Maria Adelaide Amaral, o qual interpretou com maestria a personagem Cintia (uma travesti), que com sua sensibilidade a conduziu saindo do esteriótipo caricata, transmitindo apenas, a emoção humana, o qual parafraseo a própria personagem verbalizando “Eu sou gente”. Odilon nos relatou como foi atuar com a atriz Fernanda Montenegro, na ocasião nos rendemos a sua comoção, no qual o mesmo intitula como presente dado a sua vida. Eu interpreto com persistência e talento, pois momentos como este fazem-me sonhar acreditando que se tornar ator é algo possível. Ser ator na minha concepção é transmitir emoção e está emoção esteve transposta na presença do Odilon, que finalizou o encontro recitando a “Carta para além do Muro” do autor Caio Fernando Abreu. O mesmo iniciou “Olha, estou escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. (...)” e finalizou acompanhado com as lágrimas de todos “(...)quando você voltar outra vez veja se você me traz uma maçã bem verde, a mais verde que você encontrar, uma maçã que leve tanto tempo para apodrecer que quando você voltar outra vez ela ainda nem tenha amadurecido direito.” Encontros como este, talvez leva-me a refletir que utilizar de palavras não seria possível, ou até mesmo coerente, por isso prefiro calar-me sem mais minúcias.

COLABORADOR DO INSERT: Sidnei de Oliveira.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

"Aqueles Dois"


Olá blogueiros tendo visto que o movimento teatral na cidade de Cascavel anda a passos lentos, estive ontém a caça de cultura teatral de qualidade e, surpreendentemente deparei-me com o filho despretensioso nascido fora dos planos da Cia. Luna Lunera de Minas Gerais. O espetáculo “Aqueles Dois”, confeccionado a partir de estudos de improvisação e ações vocais, que tinha como objetivo desenvolver um treinamento interno aos atores da companhia. Tendo surgido em 2007, de forma experimental o espetáculo foi criado a partir do conto homônimo do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu (1948-1996), no qual descreve a rotina de uma repartição e, o despertar da cumplicidade dos personagens Raul e Saul. O qual através de uma aproximação faz de um dependente do outro, sendo corpo e alma. Esta junção de almas acaba gerando um desconforto preconceituoso, ocasionando um desfecho triste para ambos. A produção é composto de interpretações fantásticas, sendo estas dosadas de naturalidade e espontaneidade. Na condição de aspirante a ator e, sendo apaixonado pelo ato, extraí do projeto momentos de alto conhecimento teatral. Parabenizo a atidude do SESC de Cascavel que nos proporciona peças emocionantes na ribalta, por meio do “Palco Giratório”.

COLABORADOR DO INSERT: Sidnei de Oliveira.

terça-feira, 20 de abril de 2010

MAIS QUE UMA REPORTAGEM: UM PEDIDO DE SOCORRO!


Olá nação blogueira, estou no ensejo deslumbrado com o que presenciei na televisão brasileira ontém a noite, tendo visto que utilizo do blog para fazer críticas sobre programas não poderia deixar de destacar na ocasião o REPÓRTER RECORD, programa exibido pela Rede Record de televisão, o qual deu um show de excelência na exibição de um documentário intitulado “A epidemia que aterroriza o Brasil” , um dossiê completo sobre drogas e o efeito destrutivo que a mesma ocasiona na famílias brasileiras. O documentário foi elaborado ao longo de seis meses, com a colaboração de 150 jornalistas de 20 afiliadas da emissora de todo o país, o qual mostrou reportagens de mães que sobrevivem na linha constantes do sofrimento, sendo elas agredidas e passivas de reverter a desumanização do próprio filho, tendo apenas o último suspiro de socorro, por meio das internações involuntárias, mas o que me surpreendeu foi as reportagens produzidas no Rio Grande do Sul, um registro sem precedentes na televisão brasileira: bebês que já nascem dependentes das drogas sofrendo crises de abstinência, cenas fortes impactantes de um descaso generalizado. Parabenizo a emissora pela exibição do programa e a forma, da qual foi conduzido o assunto, que sem dúvida alguma expôs o problema de forma realista e emocionante.

COLABORADOR DO INSERT: Sidnei de Oliveira