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quinta-feira, 29 de abril de 2010

A EMOÇÃO DE SER ATOR

Olá amigos do blog, hoje irei utilizar no veículo para relatar um fato inesquecível em que me ocorreu ontém a noite no curso de ator cênico, o qual venho fazendo e, de antemão peço licença para utilizar de trivialidades no que irei verbalizar, mas não poderia deixar de compartilhar o momento. Ontém no blog empostei um pitaco sobre a Cia. Luna Lunera de Minas Gerais e em especial a peça “Aqueles dois”. Sendo assim, fui pego de surpresa durante o curso, no qual o ator Odilon Esteves se dispôs de sua humildade para dividir conhecimentos e atos de sua carreira, indo até o colégio e proporcionando no ensejo um emocionante bate papo sobre a arte de atuar. O mesmo no decorrer de seu trabalho teve a oportunidade de fazer parte do elenco da minissérie global “Queridos Amigos” de Maria Adelaide Amaral, o qual interpretou com maestria a personagem Cintia (uma travesti), que com sua sensibilidade a conduziu saindo do esteriótipo caricata, transmitindo apenas, a emoção humana, o qual parafraseo a própria personagem verbalizando “Eu sou gente”. Odilon nos relatou como foi atuar com a atriz Fernanda Montenegro, na ocasião nos rendemos a sua comoção, no qual o mesmo intitula como presente dado a sua vida. Eu interpreto com persistência e talento, pois momentos como este fazem-me sonhar acreditando que se tornar ator é algo possível. Ser ator na minha concepção é transmitir emoção e está emoção esteve transposta na presença do Odilon, que finalizou o encontro recitando a “Carta para além do Muro” do autor Caio Fernando Abreu. O mesmo iniciou “Olha, estou escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. (...)” e finalizou acompanhado com as lágrimas de todos “(...)quando você voltar outra vez veja se você me traz uma maçã bem verde, a mais verde que você encontrar, uma maçã que leve tanto tempo para apodrecer que quando você voltar outra vez ela ainda nem tenha amadurecido direito.” Encontros como este, talvez leva-me a refletir que utilizar de palavras não seria possível, ou até mesmo coerente, por isso prefiro calar-me sem mais minúcias.

COLABORADOR DO INSERT: Sidnei de Oliveira.

Um comentário:

Jovane disse...

Existem tantas coisas para além dos muros altos e brancos que cerceiam nossas vidas... Por que eles tem que nos fechar até que nossas maçãs apodreçam e ja não reste mais nada?? Até que nossas mãos já não reconheçam mais a textura das coisas e o cheiro da terra do jardim vijiado a "sete guardas"? Por que temos que interpretar papéis de alienados da razão quando queremos apenas encontrar o que há de real em nossos sonhos? Quando Sidnei escolhe esse texto para rechear seu blog, percorrido por toda a sua sensibilidade de exímio ator (protagonista, claro!) algo acontece em mim: um sentimento de angústia que se mistura a leve desespero; pois que a vida não é mais que uma fruta que antes mesmo de chegar já esta condenada a apodrecer por entre os panos amarelados onde restarão os bichos!! Se não me engano, a vida é feita de saudades e de um horizonte inalcançável escondido atrás de um muro. Ou me engano?