"O sertão é um paraíso... Ressurge ao mesmo tempo a fauna resistente das caatingas (...). (...) segue o campeiro pelos arrastadores, tangendo a boiada farta, e entoando a cantiga predileta... Assim se vão os dias. Passam-se um, dois, seis meses venturosos, derivados da exuberância da terra (...)". Esse deslumbramento alterna-se com o retrato da seca, o "martírio secular da terra".
Depois das inúmeras homenagem ao centenário de morte de Machado de Assis, 2009 é o ano para o Brasil lembrar os 100 anos de morte de Euclides da Cunha, definido por um projeto de lei apresentado na câmara federal que instituiu, sendo o “Ano nacional de Euclides da Cunha”. O projeto determina que a coordenação das atividades relacionadas às comemorações ficará a cargo do Ministério da Cultura e autoriza à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos a emitir selo comemorativo em homenagem à data.
Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo (RJ), no dia 20 de janeiro de 1866 e faleceu em 15 de agosto de 1909. Foi escritor, professor, sociólogo, repórter jornalístico e engenheiro, tendo se tornado famoso internacionalmente por sua obra-prima, “Os Sertões”, que retrata a Guerra dos Canudos.
O romance Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha, surgiu de uma reportagem encomendada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Encarregado de cobrir a Guerra de Canudos (1896-1897), Euclides encontrou nos confrontos entre o exército brasileiro e um grupo de fanáticos religiosos liderados por Antonio Conselheiro matéria que descreveu a geografia e a população do sertão baiano. Vistos como uma ameaça à jovem República brasileira, os seguidores do Conselheiro foram dizimados. Positivista, por alguns autores Euclides da Cunha é considerado um naturalista, mas seu estilo pessoal e inconformismo caracterizam-no como um pré-modernista.
Bibliografia do autor:1902 - Os Sertões1907 - Contrastes e Confrontos1907 - Peru versos Bolívia1909 - À margem da história (póstumo)1939 - Canudos (diário de uma expedição) (póstumo) — Reeditado em 1967, sob o título Canudos e inéditos.1960 – O rio Purus (póstumo)1966 – Obra completa (póstumo)1975 – Caderneta de campo (póstumo)1976 – Um paraíso perdido (póstumo)1992 – Canudos e outros temas (póstumo)1997 – Correspondência de Euclides da Cunha (póstumo)2000 – Diário de uma expedição (póstumo)“Os sertões” foi publicado nos seguintes idiomas: alemão, chinês, francês, inglês, dinamarquês, espanhol, holandês, italiano e sueco.
Colaborador do INSERT: Sidnei de Oliveira
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