(...) “Como é difícil
Acordar calado
Se na calada da noite
Eu me dano
Acordar calado
Se na calada da noite
Eu me dano
Quero lançar
Um grito desumano
Que é uma maneira
De ser escutado
Esse silêncio todo
Um grito desumano
Que é uma maneira
De ser escutado
Esse silêncio todo
Me atordoa”
Chico Buarque
A falta de democracia, supressão dos direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão protagonizou em 1964 a 1985 uma triste página na história do Brasil, a Ditadura Militar que foi o período mais cruel, onde qualquer expressão popular contrária aos interesses do governo era abafada, muitas vezes pela tortura. A música no período era tida como artifício, em que a população utilizava para se expressar. Nas entrelinhas havia a composição de questionar a situação pela qual o Brasil estava passando, expondo o que o governo e os militares estavam fazendo. Porém como não podia ser explicito devido a censura as metáforas eram subtendidas nos trechos das músicas, mas era visível em uma composição quando a censura vetava, pois neste trecho o compositor colocava palavras sem sentido anexado ao resto da música, ironizando e mostrando para a população a proibição. Com o ato a música se caracterizou como o mais importante meio de criticar a sociedade. Alguns compositores que se destacaram na época foram Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Elis Regina. Entre 1966 a 1972 os festivais da canção elevou o protesto pacifico. A MPB driblava a censura com letras repletas de metáforas, Chico Buarque teve 40 músicas vetadas, a metade por razões políticas. Abusando da figuração da linguagem, são dele “Cálice” e “A Rita”, composta um ano após o golpe da ditadura. A maioria das letras, no entanto era censurada por questões morais. Para preservar a imagem da nação com rígida moral cristã, a censura policiava contra a metáfora da música de protesto.
“você corta um verso, eu escrevo outro
Você me prende vivo, eu escapo morto”
Pesadelo M. Tapajós e Paulo C. Pinheiro
Você me prende vivo, eu escapo morto”
Pesadelo M. Tapajós e Paulo C. Pinheiro
Colaborador do INSERT: Sidnei de Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário